As mudanças ocorridas no sistema previdenciário brasileiro geraram – e continuam gerando – uma série de dúvidas para grande parte da população, que muitas vezes se sente perdida na hora de buscar a aposentadoria. É bastante comum, nesse contexto, ver trabalhadores das mais diversas áreas tentando se aposentar sem a devida orientação profissional, o que dificulta ainda mais esse processo. Quando falamos de médicos e profissionais de saúde, então, o cuidado com a aposentadoria deve ser ainda maior, tendo em vista as diversas especificidades de cada processo, que devem ser observadas para garantir uma aposentadoria tranquila e segura a todos.

Atento a isso, o Mania de Saúde apresenta sua mais nova colunista, a Dra. Fernanda Reder, Advogada Previdenciarista e Ex-servidora do INSS, com mais de 19 anos de experiência na área. Além de demonstrar todo seu conhecimento (que será tema da coluna Dose Previdenciária), ela explica como médicos e demais profissionais de saúde podem se beneficiar com o planejamento previdenciário. Confira!

Mania de Saúde – Primeiro nos conte um pouco de sua trajetória/formação para apresentação aos leitores.

Dra. Fernanda Reder – Sou Advogada, Especialista em Prática Previdenciária, Professora e Mentora de Direito Previdenciário. Em 2003, passei em 2º lugar no concurso do INSS e fui servidora pública federal por quase 20 anos. Em 2023, pedi exoneração do INSS para trabalhar como Advogada Previdenciarista de segurados do INSS e de servidores públicos e também para me dedicar às Mentorias e aos Cursos de Direito Previdenciário que ministro para outros advogados e estudantes de direito.

Dra. Fernanda Reder, Advogada Previdenciarista

Mania de Saúde – Os profissionais de saúde já têm consciência da importância de uma consultoria jurídica especializada na área? Quais são os diferenciais desse trabalho?

Dra. Fernanda Reder – Infelizmente, os profissionais da saúde não imaginam como um atendimento especializado na área de direito previdenciário é importante para planejar adequadamente a aposentadoria. Várias questões são deixadas de lado por desconhecimento, como o fato de contribuírem além do teto máximo de contribuição nos meses em que têm duas ou mais fontes pagadoras. Estas contribuições que superam o teto máximo do INSS não são aproveitadas no cálculo da aposentadoria ou de qualquer benefício previdenciário e devem ser restituídas ao segurado. Ocorre que há um prazo para este pedido de restituição e, muitas vezes, quando se descobre isso, não há mais tempo. Este é um fator que se deve analisar num Planejamento Previdenciário, porém muitas outras questões precisam ser avaliadas com antecedência. Os profissionais que se preocupam com as questões previdenciárias conseguem obter benefícios com valores excelentes e na maioria das vezes não têm problemas com o INSS.

Mania de Saúde – Quais erros costumam ser cometidos pelos profissionais ao não buscarem ajuda especializada?

Dra. Fernanda Reder – Geralmente a aposentadoria é calculada de forma errada pelo INSS. Neste caso, somente com uma análise bem profunda e detalhada poderemos identificar alguma possibilidade de revisão dessa aposentadoria. Um conselho importante que deixo é: procure um(a) Advogado(a) Previdenciarista de confiança para avaliar se a aposentadoria concedida foi realmente calculada da forma correta pelo INSS.

Mania de Saúde – Qual sua expectativa com a coluna?

Dra. Fernanda Reder – Acompanho o Mania de Saúde desde criança e sempre adorei todas as matérias. Estou ansiosa pela estreia da coluna e animada por trazer informações sobre o Direito Previdenciário para os leitores.